Red Riot
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| | | [FIC]A Última Jornada...-(Atualizada!) |  |
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Soul's Hunter
Mensagens : 228
Data de inscrição : 08/07/2013
Localização : Midgard;
| Assunto: [FIC]A Última Jornada...-(Atualizada!) ![[FIC]A Última Jornada...-(Atualizada!) Icon_minitime](https://2img.net/i/fa/subsilver/icon_minitime.gif) Ter Jul 16, 2013 5:29 pm | |
| Introdução:
Sem mais delongas,boa leitura.
Atenciosamente,
Dante "Soul's Hunter" Sieghart .:.--------A Última Jornada...-------- A imagem acima utilizada é meramente ilustrativa,sendo retirada do jogo Fallout 3.Todos os direitos autorais são reservados e não pertencem a mim.AVISO:PG-17 (NC-17, M/MA ou R)
Não recomendável para menores de dezessete anos por conter cenas de descrição explicita de violência, uso liberado de forte linguagem grosseira, e temas adultos tratados de modo detalhado e explícito.Cenas fortes.Agora caguem pra isso e continuem a leitura.[Capítulo 0]-Prólogo - Spoiler:
Einbroch era uma cidade linda e tranquila.Não sei nem se classificariam ela como cidade.Era mais para um vilarejo.Tínhamos nossos poços,nossas casas...Não precisávamos de muros de defesa,de exército ou de soldados para nos proteger.Afinal,nunca fomos ameaçados,nem sequer representamos ameaças.Não sei dizer bem quanto tempo durou essa paz.Nem quantos anos eu tinha quando eles chegaram.Eram tempos difíceis mundo afora,mas nós nunca se preocupamos com isso.Os poucos que nos contatavam eram aventureiros que chegavam pedindo ajuda.Muitas vezes feridos.Outros,só de passagem,caçando alguma criatura ou em busca de suprimentos.Era tudo tão belo...Agora,é tudo tão cinza.Tudo parece não ter vida.E na real?Não creio que ainda exista muito disso por ai...vida...não existe muito mais disso atualmente.
Eu era pequeno quando ele chegou.Na época,a República de Schwartzwald era composta por 13 "famílias".Cada "família" tinha seu representante,e juntos,eles formavam um "Conselho".Eles queriam começar algo que chamavam de "Evolução e Progresso".Como eu soube disso se nunca havia entrado em contato com o mundo lá fora?Bom,eles mandaram seu representante até nós.Era um homem de aparência respeitável.Se me permitem dizer,era o tipo de homem pelo qual suas mulheres te trocariam.Trajava um robe bonito.Era meio que um "terno".Tinha a cor Vermelho-Escura como predominante,quase marrom.Os detalhes de seu traje eram amarelados.Será que eram de ouro?Não me lembro.Devia ser.Seu nome? Mordred SixShot.Pelo menos era como chamavam o pimposo.Ele e sua elite chegaram em algo que naquela época eu chamei de "Cavalo de Aço".Sim,eram motos.Eram meio requintadas demais.Muito monárquicas pro meu gosto.
O que ele veio fazer nesse "fim de mundo"-se esse realmente fosse o "fim de mundo" que conhecemos como Inferno,então acho que não deveríamos diferencia-lo do céu.Era um local lindo.Ele parou seu "Cavalo de Aço" pomposo no meio de nosso vilarejo e desceu,com tranquilidade e elegância da motocicleta.Como eles já tinham aquelas coisas naquele tempo?Isso era meio surreal.Todos os outros viajantes chegavam a pé,raramente algum chegava montado em algum animal.Ele desceu e parou em frente a nós,que obviamente estávamos embasbacados olhando aquele "nobre" e seus companheiros,cujos trajes reluziam como...como sei lá...eles reluziam.Ele ficou parado um bom tempo,apoiado na em sua bengala um bom tempo.Era uma bengala muito bonita.Era toda de aço negro,com uma roseira desenhada em todo seu entorno,feita de um metal que me pareceu prata na época.Na ponta,ocupando cerca de 1/20 avós do todo da bengala,com o tamanho de um punho e meio mais precisamente,havia um "punho de espada",todo cinza.Era fosco.Era uma bela bengala.Ele olhou em sua volta e sorriu pra nós de maneira complacente,como se estivesse olhando milhares de crianças ao seu redor.E parece que na mente dele,estas crianças seguravam ouro em suas mãos.Por falar em ouro,esqueci de citar um pequeno detalhe:nos arredores de nosso vilarejo,minérios de ferro e aço eram abundantes.
Após ficarmos meio hora embasbacado encarando ele,e ele sorrindo pra nós,ele fez uma pergunta simples:
-Poderia falar com o representante de vocês?
O velho ancião de nosso povo se levantou.Ele e mais outros.Eram nosso mentores espirituais,sociais e tudo o mais.Eram amados por todos.Bons velhinhos.Eles se dirigiram ao dito cujo e lhe perguntaram o que queria.E então,ele começou com o que eu julgo até hoje como um dos maiores discursos da história.
Tudo o que ele dizia,cada palavra,nos encantava com uma força monstruosa.Era palavras doces,que eram cortadas por outras brutas e ameaçadoras.Ele parecia uma espécie de "messias empreendedor".Ele nos disse dos males do mundo afora.Contou-nos da ganância das recém formadas "potências".Das coisas ruins que os homens "civilizados" eram capazes de fazer.Ele só queria ajudar.Nos ofereceu proteção.Disse que cedo ou tarde,outros como ele chegariam,mas não com o mesmo intuito.Disse a todos nos os horrores da guerra e falou que queria nos poupar disso.Ele era um homem tão bom...mas por ironia do destino nossos "Velhos" notaram o Lobo por baixo da pele de Cordeiro.Eles viram que não havia motivo para ele vir até nós,no meio do "nada" oferecer ajuda porque estava sendo "bonzinho".Aqueles homens sim conheciam a ganância do homem.Mas em uma coisa ele estava certo:Uma hora ou outra,novos Reinos tentariam estender seu domínio até nós.Isso era inevitável.Nós não tínhamos como nos defender.Apensa caçávamos,plantávamos,amávamos,morríamos.Não havia "testes" para entrar na "Elite Conselheira".Eramos felizes,e apenas desfrutávamos disso.Vivíamos em um futuro constante.Afinal,hoje sei que o presente não existe e que o futuro é um instante que começa e acaba em sí mesmo.Devo agradecer a eles por isso.Eles me ensinaram que o que mais tem valor nessa vida,são as lembranças,indiferentemente de serem ruins ou não.As lembranças são o passado que ainda tentamos viver.É o que valeu ou não a pena em nossas vidas.É aquilo que temos sido até agora.
Um homem,ao passar por um rio é um homem.Ao passar novamente,ele já não é mais.
A inevitabilidade era óbvia,e mesmo hesitando,nossos sábios anciões aceitaram a proposta do homem pomposo.Quando era jovem,costumava dizer que esse foi o maior erro que eles já haviam cometido.Hoje,não sei mais.O que teria acontecido se eles tivessem negado?Talvez eu não estivesse mais aqui,com pena e tinta escrevendo isto.Não estaria aqui,sentado em uma mesa de bar,escrevendo estas palavras,que por mim serão minhas últimas palavras documentadas.
Sua proposta era simples:Ele prometia trazer a nós proteção,força e riqueza.Mas de que riqueza adiantaria a um povo subsistente?Mas ele trouxe.E trouxe as máquinas.Ainda me pergunto como ele conseguia acesso a este tipo de tecnologia a quase 600 anos atrás.Hoje conhecemos a capacidade de criar Fendas Dimensionais,mas como ele conseguiu tudo aquilo?Isto não me importa mais,e eu não estou atrás desta resposta.Com o tempo,nossos "velhos" caíram na desgraça.Discretamente,morreram.Como todos os outros.Ele era esperto o tal Mordred.Suas ambições,sua cobiça,iam além de riquezas,terras,bens e avanço tecnológico.Ele aspirava algo maior.Algo mais difícil de se alcançar.Ele almejava ser um Deus.
Após a morte de nossos anciões,ele matou todos,com aquilo que ele disse que era o ápice do "progresso" Militar:As armas de fogo.Ele os matou com aquilo que deveria protege-los.Sem escrúpulos,todos foram mortos.Bebes,jovens,adultos,idosos,todos.Ou quase todos.Agora,havíamos aprendido a primeira lição que ele queria nos ensinar:Aquilo não era assassinato.Era "Progresso e Evolução".
Porque eu não morri?Bom,ele precisava de mim.Ele selecionou alguns de nós,todos na mesma faixa etária e,num ato de misericórdia,eles nos deixou vivos.Mas não a toa...ele queria fazer algo muito "especial" conosco...
Com o tempo,Einbroch se tornou a Cidade do Aço.No início,famosa por ser a apoteose da tecnologia,o pico mais alto de evolução que homem seria capaz de chegar.Em pouco tempo,essa "Deusa da Evolução" se transformou em um monstro horrendo,putrefato e poluído.Se tornou,em suma,o que é hoje.Um lugar habitado apenas por máquinas.Ah,quanto as crianças poupadas?Bom,não me lembro de muita coisa.Na verdade lembro.É como eu disse:As lembranças,o passado,indiferentemente de ser ruim ou não,faz de nós o que nós somos hoje.Então,a pergunta correta a ser feita é:
O que nós somos hoje?
[Capítulo I] - Spoiler:
São 4 da manhã.É hora dos escravos modernos-aqueles que sobreviveram aos horrores da guerra-levantarem e começarem a trabalhar.Digo escravos modernos,não afirmando que esse título seja realmente lhes dado como "Oficial",mas é a maneira como eu os enxergo.
E,eram 4 da manhã."Elas" já estavam de pé.Na verdade,elas nunca dormiam.Pra que dormir?Como dormir?O que é dormir?As máquinas não paravam para descansar.Não precisavam descansar.Eram fruto do suor e do trabalho de homens esforçados e em sua maioria,honestos.Não,não me refiro a aqueles que as projetaram,mas sim aos que as construíram.Colocaram peça por peça em seu devido lugar.Construíram sua demissão.Construíram a desgraça de suas famílias.A fome de seus filhos.A destruição de suas casas.Eu não sei se aguentaria construir algo que eu sei que iria me substituir.Não é um pensamento egoísta.É um pensamento racional.Projetar uma máquina que constrói outras é praticamente desumano.Você tira do homem,aquilo que segundo alguns,o enobrece:O Trabalho.
Não,eu não sou a favor de nenhum tipo de governo baseado em trabalho e coisas do gênero,mas numa sociedade como a que vivemos hoje,o que acontece é algo mais cruel do que qualquer outra forma de governo.Ou não.Quem sabe eu possa estar terrivelmente errado.Nunca vivemos outra forma de governo,mas acho que na situação atual,muitos se arriscariam...
Esses pobres miseráveis,com suas mulheres-que um dia foram mui belas e hoje não passam de um reflexo do que o homem fez com o mundo- e crianças,não tem muito o que fazer.Aquilo que era seu por direito,a terra,a água,o ar,lhe foi tomado a muito tempo.A anos atrás,quando senhores cordiais ofereciam pactos dantescos a homens sábios sem opção.Proteção e progresso por minério e matéria prima.
Eu tenho vergonha de ser humano.É difícil acreditar que hoje,as máquinas são mais honestas do que nós.Elas não fizeram isso,nós fizemos.Ignoramos as riquezas culturais e intelectuais que o conhecimento pode nos trazer e focamo-nos apenas na maneira como ele nos ensinava a extrair metal.É com metal que se faz moedas.É com metal que se fazem armas.É com metal que se constrói a perdição dos homens.Pobres máquinas.Se tivessem sentimentos,sentiriam-se mal pela maneira como nós as usamos."Podemos juntos fazer coisas tão grandiosas!"...A ganância é o maior mal que existe no coração de um homem.Eu devo estar bêbado...estou pensando como uma máquina reagiria ao que fazemos.Eu estou bêbado.Não sabia que conseguia ficar bêbado.
É tudo muito irônico se você olhar de determinado ponto de vista.Eu ainda estou tentando saber como cheguei aqui.Morroc.É uma cidade bonita se você tapar o enorme buraco que ela tem no meio.Sei lá,eu gosto de climas desérticos.Fazem-me refletir quem eu realmente sou.Andar sozinho em meio ao caos que acontece em volta,um caos silencioso e fúnebre,apenas com o vento uivando em meus ouvidos é um exercício no mínimo relaxante.É praticamente transcendental.Esse pensamento pode parecer desumano,negligente com a desgraça alheia,mas o único que pode libertar esses desgraçados,são eles mesmos.É em meio a essas "caminhadas matinais" onde me pergunto quem eu realmente sou.Na verdade,eu me pergunto isso -insistentemente- o tempo todo.
O barulho dos "Colossos de Metal"-embora eu o estivesse ignorando até agora-retira-me de meu transe sócio-filosófico.Fecho meu pequeno caderno de anotações.Meu "Querido Diário".Era meio ridículo,mas foi o que eu consegui depois de meu gravador ter quebrado.É triste.Eu tinha tanta coisa ali...tanta informação...o que me entristece mais é saber que tudo morrerá comigo.Tentei concentrar ali,naquela pequena "máquina amiga" tudo o que eu havia descoberto em quase 400 anos.Me conforta saber que consegui tirar uso da tecnologia,da "Evolução" e do "Progresso" de maneira positiva.Apalpo o bolso interno do sobretudo e retiro o gravador.Passo meu polegar pelo buraco de bala localizado exatamente em seu centro e sorrio.Vivi uma vida plena e não me arrependo de nada do que fiz.Não tenho como me arrepender.
A única coisa que preciso fazer,é descobrir quem realmente sou.
Chamo o barman .Depois das minhas pistolas,ele é meu melhor amigo.Obviamente,tenho outros grandes amigos,mas o Johnson?O Johnson é um pai pra mim...
-Você não tem outro lugar para ir Dante?
Não respondo.Ele sabia que eu não tinha muitas opções de lugares para visitar,e os poucos que eu tinha eu estava tentando adiar a "visita".Eu não tinha uma casa pra ir.Não tinha ninguém numa cama macia me esperando.Nem mesmo uma cama me esperava.Gosto disso.Assim como as máquinas,acho que dormir seja algo completamente desnecessário.
-Manda mais um Escarlate,John...
-Você não enferruja rapaz?
Johnson era velho.Eu deveria ter a aparência que ele têm.Na verdade,com minha idade atual eu deveria estar morto.Eu nem sequer sei minha idade com total certeza.Como já disse,não me lembro quantos anos tinha quando Mordred chegou,e isso atrapalha um pouco a contagem.Tenho quase certeza de que tinha 5 anos,então atualmente eu tenho 527 anos.É louco não?Na verdade,eu acho estranho.Surreal.Não que eu seja "Imortal"-tecnicamente eu sou-mas é que eu não envelheço.Não,nada de fator regenerativo ou coisa do gênero.Minhas células simplesmente tem uma "Validade" milhares de vezes maior que a de um homem normal.Elas são duras na queda.No final,o que importa é que a homeostase-isso é,meu Metabolismo-funcione normalmente.Ele não funciona.Pelo menos não pra mim.Não é legal ter que comer quilos e quilos de comida para manter o equilíbrio do seu corpo,mas você se acostuma.John chega com a bebida que eu pedi,retirando-me mais uma vez de meus devaneios.
-Obrigado John.
A bebida estava fria.Eu a bebi devagar para aproveitar aquele líquido alaranjado de sabor amargo descer pela minha garganta.Era uma coisa que eu adorava depois de comer cerca de 25 quilos de carne.Beber era um dos meus hobbies favoritos depois de atirar.Os auto-falantes avisam que já se passou uma hora.São 5:00 da manhã agora.E eu estava comendo Bife.As vezes eu entendo quão grande é a admiração de alguns homens pela ciência.O que fizeram comigo é surreal.
-5:00 da matina Dan....Hora dos escravos trabalharem.
-Eles já estão trabalhando a uma hora meu velho amigo.Agora é apenas o último sinal antes dos portões fecharem.Sabemos o que acontece com quem se atrasa,e sabemos o que acontece também com quem falta.Não sei o que é pior.
Depois da Guerra Civil de Midgard as cidades sob controle da Igreja de Prontera tinham certas regras.Morroc cumpria essas regras mais rigorosamente,devido a "alta periculosidade" da região.Depois da guerra,nada era muito seguro.Os Soldados da Guarda Real patrulhavam sobre nossas cabeças.Dava para ouvir seus passos pesados sobre o chão,rumando ao portão sul da cidade para jogar lá os Raptores e Gatunos apanhados perambulando fora do horário.Geralmente taxados de Rebeldes,esses pobres jovens de espirito revolucionário eram reprimidos pela mão de ferro dos soldados Reais.Alguns realmente mereciam morrer.Eram ladrõezinhos e baderneiros.Outros,só tentavam lutar contra este sistema ditatorial que lhes foi imposto.A estes,as punições eram inquisitoriavelmente aplicadas.Eles eram capturados e jogados do lado de fora da cidade.Morriam de sede,de fome,ou simplesmente como caça.Os Doppel's não perdoavam nada.Eram como traças.
-É melhor você ir garoto,eles estão concentrados no portão sul,isso facilitará um pouco sua partida.Vai para onde dessa vez?
-Eu ainda não decidi...
-Como se isso fosse novidade...
Ele me olha de maneira fraternal.Quantas vezes ele me salvou?Quantas vezes brigamos lado a lado contra baderneiros que iam a seu bar?Quantas vezes eu quebrei sua mobília brigando com um qualquer?Quantas histórias partilhamos?Eu não sei dizer...só sei que ele foi uma das pessoas que mais influenciou minha vida,embora seja mais "novo" do que eu.Com sarcasmo,a vida me deu ele como pai e companheiro de bar.Bebemos juntos.Lutamos juntos.Tivemos boas histórias a contar um pro outro.Tenho com ele algumas das melhores lembranças de minha vida.Dou-lhe um abraço caloroso antes de partir.Ele sorri à mim mais uma vez,seu sorriso fraternal e quase paterno me dá uma saudade de certas coisas que nunca tive.É uma sensação estranha.
Sorrio de volta,pego minhas armas,coloco meu chapéu,meus óculos e minha máscara para cobrir a parte debaixo do meu rosto e saio.Subo as escadarias até a superfície e paro.Olho mais uma vez para a entrada do local que um dia foi o Bar dos Mercenários de Morroc.Escuto ao longe,no Sul,os berros de dor de jovens que nunca conhecerei.Subo em meu "Cavalo de Ferro" e parto para algum lugar.Mais precisamente para o norte.Tenho que entrar no aeroplano...
Mas antes,preciso encontrar meu contato em Prontera.
[Capítulo II] - Spoiler:
É estranho como eles não notaram que a viagem a Ash Vacun-Zona Nula como eles chamam agora-nunca daria certo.3 reinos unidos,cada qual com seu interesse particular na missão.Eles subestimaram a ganância do outro.E isso é um erro que ninguém deve cometer.A expedição foi organizada de maneira duvidosa-pelo menos na minha visão.Ver que durante a organização da "viagem",cada um tinha um plano para "passar a perna" no outro era no mínimo,irônico. Era como ver 3 zumbis correrem atrás de um único pedaço de carne,embasbacados,cada um achando que o outro tombaria antes de alcançarem seus objetivos.
Toda essa grande expedição foi em prol da descoberta de outra dimensão-vide que após Morroc(o Imperador obviamente) ressurgir quebrando a porra toda,ele deixou um grande vazio-tanto na cidade quanto na cabeça dos metidos a cientistas.Era tudo muito novo no campo da "Exploração Interdimensional",e como o ser humano é um bicho absurdamente curioso,é claro que não se contentariam em deixar tudo lá,do jeitinho que estava.Os pomposos se reuniram e notaram,pela primeira vez na história contemporânea,que precisavam uns dos outros.No início pra mim isso foi um choque de realidade relativamente impactante.Eu não quero dizer que sou vidente,nem que sou o sabichão,mas era óbvio pra qualquer macaco que quisesse ver que aquilo não daria certo.Eles não se reuniram por perceber,na essência,que um precisava do outro.Mas por notar que podiam usar o outro a seu favor,de maneira que ele "não percebesse.É óbvio que todos percebiam,apenas faziam "vista grossa" porque era necessário.Aquela viagem acarretou muitos problemas pra nossa dimensão.
Acontece que,a Fenda Dimensional não ligava uma,mas sim 3 dimensões:A nossa,Ash Vacuum e aquilo que eles chamaram de Caos.O pequeno problema disso tudo é:Loki "morava" em Caos.
A explicação é meio complicada.Após a derrota de Loki e seus Arautos,o "poderosão" Odin viu os males que a intervenção de criaturas divinas em Midgard não davam muito certo.A destruição que foi causada após essa "guerra" foi tamanha,que o barbudão resolveu recriar nosso mundo a reconstruí-lo.Ah!,o que ele fez com o antigo?Fácil:Deixe o deus da Mentira de da trapaça preso lá,crie criaturas capazes de adquirir qualquer forma,faça com que elas adquiram a forma de cada humano da Midgard real e deixe ele brincar de ser o senhor do universo.Uma receitinha de bolo simples.Odin criou os Doppelangers para iludir o deus das ilusões.Uma cartada de mestre...ai a gente veio e acabou com a merda toda.
Finalmente cheguei aos portões de Prontera.Tenho nojo dessa cidade,controlada totalmente pelo Clero.Eu tinha que chegar a sua "Colônia",Izlude,e de lá pegar o Aeroplano.Essa última parte era mais difícil.Depois da guerra,a parte residencial da cidade foi destruída,e a velha cidade dos Espadachins virou uma zona de guerra civil entre os poucos sobreviventes e os grandes empresários,que aproveitaram o novo "espaço aberto" da cidade para instalar seus Gigantes de Aço.A maior parte da cidade-que era residencial-é agora ruína,e o resto é dominado pela evolução.O Aeroplano continua funcionando normalmente.Recebeu algumas vagas melhorias,mas não é muito confiável,sendo um dos principais alvos dos revolucionários da cidade.Viajar nele não é nada legal,mas não há outros veículos aéreos por ai dando sopa.Engraçado como eles pensaram em tantas coisas mas não em veículos aéreos.Ainda bem.Acho que hoje seriam inviáveis levando em conta o estado do ar.A visão deve ser horrível lá de cima.É por isso que o bom e velho aeroplano vem se tornando meio que desnecessário-o fato dos revolucionários o mirarem em seus atentados é mais simbólico do que monetário.Afinal,num mundo como esse,as pessoas não tem muito pra onde ir.Eu pelo menos preferiria passar o maior tempo possível em casa com minha família,aproveitando o tempo que me resta.Ou planejando uma maneira de derrubar esse sistema maldito.
Pra piorar tudo,a cidade é vigiada pela Redentores da Santa Justiça.Um nome afrescalhado para os Cavaleiros Rúnicos que depois que,após o estourar da Guerra,decidiram retornar para baixo das asinhas da Igreja.Os outros simplesmente montaram forças de resistência,morreram ou tornaram-se andarilhos como eu.Alguns grandes rebeldes da época da guerra continuam nos esgotos dessa cidade maldita,transformados em zonas de punição e sofrimento àqueles que eram contra ou simplesmente desfavoráveis as ideias da Igreja.
Desço da Desert.Wolf.É,minha moto tem nome.Na verdade,quase todos os objetos aos quais eu dou devida importância recebem um nome.O nome dessa moto é uma homenagem a um amigo,o antigo dono dela.Ele a deixou comigo faz alguns anos e ela-assim como as Wild Roses,meus revolveres-tem sido uma grande companheira.Retiro meu chapéu-na verdade é uma boina vermelha,mas não vem ao caso.É tudo a mesma coisa.Tiro o óculos,mas mantenho o pano que cobre a parte inferior de meu rosto.
Eu escuto uma voz,que aparentemente vem de um dos postos de sentinela ao lado do portão sul da Cidade.
-Pare!Identifique-se ou serei obrigado a abrir fogo.
Abrir fogo?Isso me faz rir.Ele é apenas um Arqueiro,não sabe o que significa poder de fogo de verdade.
Sua voz é trépida e demonstra medo.Ele deve ser jovem,obrigado a servir para sustentar uma família.Posso estar completamente enganado.Sua vida é indiferente pra mim.Sempre existe uma solução,e a opção que ele escolheu foi a de se vender.Não posso fazer nada por ele.Na verdade,estou tentando fazer,mas ele não quer deixar.
-Vamos garoto...abra logo o portão.Vamos lá,nenhum de nos dois quer problemas por aqui não é mesmo?
-Q-quem é você?Identifique-se,ou serei obrigado a abrir fogo e chamar reforços.Você atravessou uma Zona Neutra sozinho,e isso pode ser tido como sinal de ameaça.Repito:Identifique-se ou abrirei fogo contra o senhor.
As Zonas Neutras eram os campos abertos entre as Cidades-Fortaleza-nome mais que adequado,devido a postura tomada pelas remanescentes da guerra.Esse garoto está me irritando.Não quero ter que gastar uma bala com ele.
-EU PERGUNTEI QUE É O SENHOR!
Vejo ele mirar uma flecha de Oridecon na minha testa.
-Abra o maldito portão...garoto...não quero gastar uma bala com você.
Ele parece gelar ao ouvir a palavra "bala".Ele hesitou por um momento e o portão se abriu.Eu sabia que ele contataria a guarda.Isso era mais que óbvio.Não sei como não havia contatado ainda.Esperava por uma pá de soldadinhos de chumbo da Catedral me esperando assim que os portões se abrissem.
Ao entrar na cidade,senti seu odor me sufocar.Era um saco de podridão.Mendigos e vendedores de sucata por todo o lugar.Não que não houvessem vendedores antes,mas estes vendiam coisas no mínimo aproveitáveis e usuais.De todas as cidades remanescentes,Prontera era uma das poucas que conseguia manter seu "visual".Obviamente,ela era ofuscada pelo ambiente cinzento,e nas áreas próximas aos portões,os moradores de rua abundavam.Nas zonas comerciais,como no quadrante 3 da cidade-canto inferior esquerdo-via-se um grande número de comerciantes.Agora,ao invés de venderem armas e equipamentos para caçadas e "aventuras",eles vendiam aquilo que tinha restado.Cacarecos e itens domésticos,tais quais alimentos e roupas simples eram muito vendidos.O preço era alto-afinal aqueles que produziam ou arriscavam viajar pelas Zonas Neutras para encontrar esses "suprimentos" mereciam sua parte de lucro na empreitada.Os preços não eram altos;os "salários" é que eram quase nulos.Pra piorar,a Guarda Belial-os antigos Caçadores e Atiradores de Elite,que após a guerra(essa merda mudou tudo!) assumiram a posição de guardas citadinos-continuava mantendo a "ordem e a paz" no interior das cidades me encarava de maneira ameaçadora.Pelo menos eles devem pensar que estão me ameaçando.
Eu havia me esquecido de marcar um ponto de encontro com meu contato.Me sinto um idiota por isso.Se bem que...
-Eles já partiram.
Meus pensamentos são interrompidos pela mão no meu ombro.Estou justamente numa das áreas mais movimentadas da cidade-o "quadrante 3"-e um desconhecido segura meu ombro.Se não fosse por sua voz,não sei o que teria acontecido aqui.Provavelmente,algo bem ruim.
-Pode tirar essa porra de pistola da minha cintura?
Ouvir sua voz mas uma vez me dá certo alívio e a certeza de que é ele mesmo.Foley não mudou nada desde que sai na minha "Missão Pessoal".Continua com seu sorriso camaradesco,sua barba por fazer e sua cabeleira longa e desgrenhada.Ela tem um tom meio azul...não sei discernir direito.Não sou muito bom com cores.
-Da próxima vez não sei se vou conseguir segurar o dedo no gatilho.E só pra constar:É um revólver.
-Tanto faz.Eles já partiram.
-Já ouvi.Todos eles?
-Sim.Eu só estou aqui esperando por você.
-Agradeço a cortesia.Mantenha o rádio ligado.Como você vai chegar até Einbroch?
-Ainda tenho uma Asa de Borboleta.Essas coisas são raras atualmente.
-Ótimo.O Cyber conseguiu consertar aquela coisa dele?
-Sim,ele já terminou o "Aguiaplanando".Ele decidiu chamar aquela coisa assim.Não parece muito confiável.Eu é que não vou andar naquilo.
Eu sorrio.Faz tempo que não o vejo.Ele me faz pensar no tempo que perdi.
-Você vai teleportar daqui?
-Sim.Enfim,Camarada,te encontro na base.Espero que você consiga chegar até lá sozinho.
Ele me dá um tapinha nas costas,ajeita o sobretudo e segue seu rumo para o portão esquerdo.Devo fazer o mesmo.
Ajeito o sobretudo é minha máscara e começo a andar de volta até o portão sul.Foi tudo muito tranquilo aparentemente.Talvez o garoto tenha esquecido de acionar a guarda.
Obviamente,não foi bem isso que aconteceu.
Ao chegar ao portão sul,ele se abre e posso ver o que me espera entre mim e a Wolf.Cerca de 10 monges encapuzados,segurando terços em suas mãos e em sua frente,aparentemente liderando-os,encontra-se um Guardião Real de 1,90m,portando uma espada maior que eu.Ele é monstruosamente forte-deve ser fruto de algum esteroide do qual ele deve ter sido cobaia voluntária.Rolam muitas destas coisas deste antes da tensão da Guerra.Agora isso só se tornou menos "Oculto".
Ele gargalha de maneira debochada para mim.Vejo atrás dele,a Wolf com minha boina em um de seus guidões.
-Acha que vai passar por aqui Justiceiro?
Prefiro me calar diante deste verme que rasteja veementemente no lodo da ignorância.
-Tenho um mandato de prisão pra você nanico.Você já tem fama por aqui,Dante Sieghart.
Ele fala meu nome com ar de deboche.Argh...esse cara tá me dando no saco.
-Graças ao garotão aqui,você vai ser preso e julgado por seus crimes diante do Tribunal Sagrado.
Ele puxa o jovem Arqueiro para perto de si.O garoto bate em sua cintura.É um pobre miserável magérrimo esquelético.
-Pensa bem,graças a você o garoto aqui vai receber um aumento.
Ele sacode o garoto.Ele não parece gostar de estar ali.Ele me olha com um olhar de arrependimento.Ele parece estar perdido.
-Vamos lá nanico,FALE ALGUMA COISA!
Silêncio...as vezes é a melhor resposta que você pode dar a alguém.A prepotência e a raiva podem cegar seu oponente.Uso isso a meu favor...
-Você é desprezível...eu vou matar você...assim como todos os outros da sua laia devem ser MORTOS!
Cansei de ver ele gritar.Ele fica vermelho quando grita.E cospe também.Suas veias saltam.Ele fica branco depois de receber um buraco na testa.O garoto cai no chão catatônico e os monges largam seus terços e retiram seus capuzes.Eles me cercam e fazem aquele velho ritual de ficarem vermelhos como demônios e com bolas azuis flutuantes ao seu redor.Eles eram apenas uns pobres cegos que assim como eu foram treinados para fazer o que lhes era dito.Eles pularam,com a energia de um Punho Supremo de Asura concentrado em suas mãos.Nada que um Desperado não resolvesse.
Após acertar cada um deles,em uma série de movimentos aleatórios-mas mesmo assim maravilhosamente espetaculares-,para com os braços abertos e os revolveres em punho,enquanto 10 cadáveres se encontram ao meu redor.As vezes nem eu sabia com podia fazer aquilo.O que Mordred havia feito em mim anos atrás me tornou capaz destas coisas...talvez antes de enfiar uma bala na cabeça dele eu lhe diga um obrigado.
Ando até o garoto,que se encontra na mesma posição de antes,mas agora em estado de choque.Ponho a arma em sua testa e coloco o dedo no gatilho.
-Essa é a vida te dando uma chance de se redimir.Aproveite-a bem.Você não precisa deles para sobreviver ou proteger aqueles que ama.Lembre-se disso garoto.
Coloco as Wild Roses em seus respectivos coldres,monto na Wolf e coloco meu chapéu e meus óculos escuros.
Era ora de pegar a Via Expressa.Eu tinha que chegar em Einbroch no horário.Não quero decepcioná-la me atrasando de novo...
[Capítulo III] - Spoiler:
Faz tempo que não pego a famosa "Via Expressa".Na época de sua construção,ela foi muito comentada-e criticada,pois ela derrubaria grandes áreas de mata e isso não agradou muito ao povo em geral,porém,os mais conservadores no quesito político apoiaram,devido ao fato de que para eles,”Uma revolução tecnológica era inevitável”-,mas no final os governantes das cidades capitais aceitaram ligar suas cidades a ela.Durante seu planejamento,o ideal era que ela ligasse todas as cidades da "Velha Midgard":Prontera,Morroc,Izlude,Geffen,Payon e Alberta.No final das contas,Morroc caiu fora-a pressão do povo ajudou bastante- e Geffen praticamente inutilizou a parte que chegava até ela,numa das "obras" mais mal estruturadas que eu já vi.No final das contas,apenas Alberta,Izlude e Prontera usufruíram da maldita ponte.Quanto a Payon?Bom...atualmente aquilo lá é simplesmente uma floresta.Com a industrialização massiva beirando as portas e a não redenção da cidade aos Gigantes do Aço,a cidade pereceu,e seus habitantes tiveram que procurar refúgio em outras Cidades.A boa e velha Payon apenas realizou um sonho muito íntimo seu:integrar-se novamente com a natureza.
Andar por lá e investigar as histórias de cada um daqueles que lá um dia viveram é um exercício absolutamente relaxante.Além de render ótimas “lições de vida”...
A floresta que existia em volta das cidades da Velha-Midgard-as florestas de Morroc nunca foram muito “florestosas” mas tudo bem.Digamos então quase todas- foi substituídas por desertos de chão rachado e cinzento,cor que predominava sobre toda a paisagem desde que a evolução e o progresso saíram de Einbroch e se espalharam pelo resto do mundo.Se existe vida lá?Claro que sim.Alguns humanos -exilados(seja por conta própria seja por motivos de força maior)-formaram pequenas comunidades.A maioria deles eram anarquistas,que lutaram bravamente contra o regime imposto após o incidente em Ash-Vacuum e a “libertação” dos Doppelanger’s.Tá,eles não eram nem um pouco melhores que aqueles que “impuseram” isto,e aqueles que tinham realmente ,por ironia do destino pereceram rapidamente quando infectados pela “Doença”.É meio perceptível que tais “comunidades” não dariam muito certo.A radiação e os vestígios da Guerra Biológica afetou bastante os sobreviventes.Alguns ficaram loucos,outros claramente morreram.Os que sobreviveram se tornaram o que hoje chamamos de “Anarquistas”.São criaturinhas vis,cruéis,sádicas,feias e loucas.Sua propensão a violência é mais do que óbvia.
Pensa comigo:Se a guerra é biológica,é obvio que envolve armas virais e tudo o mais.Essa “enfermidade” é algo lindo de se ver -do ponto de vista biológico,claro.Ela mata o tecido epitelial e causa feridas no que sobra dele e diminui a imunidade do infectado.O resto dos sintomas é muito semelhante aos da “Raiva” que alguns animais tem.Veja bem: O agente da raiva é um Rhabdovirus com genoma de RNA simples de sentido negativo-a sua cópia é que é lida como RNA mensageiro.O formato do vírus,peculiarmente é semelhante ao de uma munição.Enfim,a doença em si,no estágio final,ataca o sistema nervoso periférico e o central,não de maneira muito “forte”.Somente o suficiente para causar “espasmos permanentes”,dilatação das pupilas devido as lesões cerebrais, alucinações visuais e auditivas, delírios e acessos de fúria, convulsões, paralisia progressiva, coma e morte.Porém...acreditem,quando digo “Paralisia progressiva”,essa ‘progressividade’ é demasiado lenta.Então,de a esses pobres coitados cerca de uns 2 à 3 anos de vida depois de infectados.E acentue os “Ataques de Raiva”.Como já disse: São criaturinhas vis,cruéis,sádicas,feias e loucas.Sua propensão a violência é,mais do que óbvia,é intensa.
Voltando a Via Expressa:Ela é uma obra simplesmente magnífica.Não a cultuo,mas ela era realmente bem feita.Toda a sua estrutura era feita de Bradium-Após a expedição até Ash Vacuum eles não sabiam mais onde enfiar todo aquele minério.Ela distava 10 metros do chão-que,como já havia dito,feito de Bradium que tinha uma propriedade muito peculiar:quando refinado,ele fica translúcido.O chão da ponte,concluindo,era transparente.Parecia vidro despolido.
A Wolf treme abaixo de mim,como um Warg que ruge ao desconhecido enquanto leva montado em si seu Sentinela.O vento bate em meu rosto,empurrando contra minha boca a máscara que uso.Estou sem os óculos,mas a poeira não me incomoda.Também retirei o chapéu no meio da viagem.Cara,como uma simples andança de Prontera a Izlude tornou-se tão longa?Até agora estava tudo bem...até agora...
Lembram-se dos “Anarquistas”?Aqueles que costumam arrebentar os passantes de porrada sem motivo?Então...Eu não gosto muito de bancar o herói,ainda mais na minha atual condição.Deixaria qualquer um que estivesse ali morrer na mão deles.Eu não me importava muito com as coisas,eu só queria acabar com aquilo que comecei a 400 anos atrás.Eu teria mantido meu pensamento foco-egoísta se não tivesse virado pro lado.Viro minha cabeça pra direita,e de dentro de uma “colméia” saiu uma garota.Não pude vê-la direito de onde eu estava.Ela corre,durante um bom tempo.A essa altura eu já havia parado a Wolf.Ela correu,até tropeçar no chão rachado.Vejo do que ela corria.Eram 6 deles.Eles a cercaram e começaram.Ela gritava de dor enquanto eles batiam nela com pedras e porretes de madeira.Não sei porque,mas não conseguiria seguir viagem ouvindo aqueles gritos agonizantes de dor na minha cabeça.Eu pulei da ponte e cai rolando sobre o chão cinzento.Doeu um pouco .Minha coluna já havia se desacostumado com esse tipo de coisa.O impacto foi forte o suficiente para que eles parassem e me olhassem.Eles me encararam,suas pupilas dilatadas e paranóicas me encararam por alguns instantes.E então,eles sumiram.Num simples piscar de olhos,eles sumiram.Foi o tempo que eu tive.Eu andei até a garota e me ajoelhei perto dela.Ela tinha cabelos castanho-claros.Seus olhos eram azuis muito claros...ela me lembrava...
- Me ajude...
Sua voz era fraca.Senti sua dor.Ela estava realmente muito ferida.Passo a mão em seu rosto e tiro o cabelo de seus olhos.Ela tem um ferimento grave na testa,provavelmente traumatismo craniano.Passo a mão em seu torso.Sinto os buracos de faca em seu seio esquerdo,outra abaixo do seio direito e mais outras variadas em seu abdômen.É óbvio que ela não vai sobreviver.Mas...eu não queria que ela morresse.Ela me lembra tanto...
- P-por favor... me a-ajude...
Ela implorava.Lágrimas saiam de seus olhos grandes,azuis e expressivos.Sua mão direita-ela se encontrava deitada,encolhida,de lado-toca na minha.Ela parece ter feito um esforço absurdo para realizar este singelo movimento.Ela desmaia enquanto seguro seu rosto.
Eles saem de seus “Status” de Esconderijo.Todos babavam lamentavelmente.Seus olhos dilatados e paranóicos nos encaravam.Na verdade,todos encaravam a ela.Somente um deles me encarava profundamente.
-Vão embora daqui seus vermes.Não quero gastar projéteis com vocês.
O que me encarava riu.Deveria ser o “líder”.Tinha poucos dentes e andava com a cabeça um pouco virada para a esquerda.Ele parecia ser daqueles que arrebentaria a cabeça de um bebê com uma pedra se possível.Era nojento.Todos eles eram.Seu odor empesteia o ar.Cheiro de morto.E de merda.
-Voccê entrrrou no meeu territtório seeu babaaaaca...
Ele grunhiu pra mim.Contive uma risada de elefante,visto que ele não conseguia direito e acabava prendendo em silabas que continham som de “S” ou “R”,além de falar estender demais a letra “A”.Ele viu Wild Girls em seus coldres.Uma delas estava visível por fora do sobretudo,visto que eu estava ajoelhado.
-Oooolhem o q-q-q-que temos aaaaqui rrrapazes...um Jusssticceiro...
Todos começaram a rir como se aquilo fosse uma coisa ótima.Estava cansado de ficar ali.Porque perdi esse tempo todo?Pego-a no colo com delicadeza e avanço.Dois deles,os mais altos,entram na minha frente.
-Saia da minha frente.
Eles deram risinhos e não se moveram.
-Eu disse para sair...
-Você não dá as ordens por aqui e...
O líder pois a mão no meu ombro.Eu viro e dou uma cabeçada neste animal.Ele cambaleia para trás com as mãos no rosto.Ponho a delicadamente aos meus pés e pego minhas “meninas”.Dou um tiro no joelho do desgraçado,logo após dou outros 2 em seu peito e mais um em sua testa.Mato outros 2 que avançaram contra mim.O resto deles se afasta.Pego a garota novamente e ando rapidamente até a ponte.Pulo de volta até a lá -dessa vez consigo absorver melhor o impacto.Corro até a Wolf,apoio a garota no banco dela e retiro meu sobretudo.Envolvo-a com ele,pego-a no colo novamente e sento na Wolf.Ela fica entre mim e o guidão da moto.Dou partida e pego meu rádio,tentando não esbarrar na garota. Não sei se ela sobreviveria...eu não queria vê-la morrer...ela me lembrava tanto o meu anjo...
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Eu consegui!Depois de anos dentro de um quarto,sendo violentada durante cada dia dessa minha vida miserável eu consegui.Não agüentaria mais Krister -o líder da Colméia- transando comigo...meu deus.O que eu fiz pra merecer isso?Durante 3 anos a fio,fui espancada,torturada,violentada,humilhada...e eu nem ao menos sei porque.Com certeza tenho essa doença...Krister deve tê-la passado pra mim.Quantas vezes ele me obrigou a chupar aquela coisa imunda?Eu não agüento mais isso.Tentei me matar tantas vezes...Eu iria morrer agora..eu não queria morrer,só queria ser livre...mas entre ficar lá e morrer aqui...eu prefiro morrer aqui.Embora eu duvide muito que ele vá me matar.Como ele bem diz,eu sou a “queridinha” dele.Eu estava encoberta do sangue de um deles.Tive que matá-lo para escapar.Foi a melhor coisa que me ocorreu em 3 anos.Esmagar a cabeça daquele filho da puta com uma pedra me fez feliz.Não sinto remorso por ele,mas pelo fato de eu ter ficado feliz com isso.Eles me seguiriam até os confins do inferno...Eu estava tão perto...
Tudo apagou.E veio a dor.Senti um líquido escorrer pela minha orelha direita e me vi deitada sobre o chão rachado.Ele estava na minha frente.Seu odor era nauseante e me sufocava.Ele me pegou pelo pescoço e me levantou.
-Ssssua filha da puuta nojeenta!Coomo oousa maatar uum de nóos?Suua moorte vaai seer a maais leenta e doolorosa quee eu foor capaaz de fazeer.
Ele me segurava pelo pescoço.O golpe na cabeça me deixou muito fraca.Ele passou a mão livre no meu rosto.
- Vocccê vaai ter que paagarrrr por isssto queridinhaaa...
Ele me atingiu com a pedra na orelha de novo.Minha cabeça latejava,e tudo o que eu vi foi a presa de algum animal entre as rachaduras do chão.Eu a peguei e finquei em algo que acho que foi a canela daquele canalha bastardo.Ele gritou de dor.
-AAARRRRRGH! MATEM ELA!FAÇAM O QUE QUISEREM COM ELA MAS EU QUERO TODO O SANGUE DELA JORRANDO NESTE CHÃO!
Quando estava nervoso ele não gaguejava nem puxava as letras.Eu pensei nisso enquanto era chutada,esfaqueada...machucada de todas as maneiras possíveis com pedras,porretes e adagas.Eu desmaiei.Não deve ter sido por muito tempo pois quando recobrei minha consciência eles haviam parado e havia um homem ajoelhado na minha frente.Meu corpo inteiro dói...eu não sinto direito minhas pernas e por Odin,minha cabeça não para de latejar...
- Me ajude...
Foi tudo o que eu fui capaz de dizer.Ele tinha cabelos loiro-acastanhados.Uma máscara vermelha cobria a parte inferior de seu rosto.Seus olhos eram cinzentos.Ele se levantou e falou algo que não fui capaz de ouvir.Eles riram dele.Eu falei mais uma vez com toda a força que me restava:
- M-me ajude...
Ele pareceu hesitar um pouco antes de me pegar em seus braços.Eram quentes e frios ao mesmo tempo,uma sinestesia.Eram fortes também...Ele andou comigo até dois Anarquistas e me colocou no chão de novo.Desmaiei.Lembro de vê-lo dar 4 tiros em Krister ouvi outros 2,embora não tenha certeza de em quem ou onde.Quando retomei totalmente minha consciência,ventava muito.Estava deitada sobre alguma coisa e minhas pernas balançavam soltas no ar.Ouvi uma voz séria e firme discutindo com alguém em algum rádio.Era a voz dele...
-ELA NÃO VAI SOBREVIVER ATÉ EINBROCH!PRECISO DE RESGATE AGORA!
[Capítulo IV] - Spoiler:
Ela não parava de sangrar.Ela olhara para mim uma ou duas vezes durante a viagem.Em todo o percurso,eu pensava em como aquilo ia terminar.Se tudo aquilo valia a pena...Eu queria saber se isso afetaria mais alguém além de mim e minha busca egoísta.Eu apaguei da minha memória aquilo que eu realmente era...E falando nisso,não terminei de contar o que aconteceu com as crianças.
Todas elas tinham alguma capacidade física ou mental especial e que valia a pena de ser desenvolvida. Não que nenhum de nós tivesse consciência disso,claro.Após massacrar nosso povo aos poucos,de maneira lenta e tortuosa,o bom e velho senhor pomposo,Mordred SixShot,veio nos consolar.Disse-nos que agora que estávamos sozinhos,precisaríamos de alguém que cuidasse de nós,e ele,com toda sua bondade,ofereceu-se para fazer isso.Ele nos ofereceu abrigo,comida,conheciemento.Obviamente,isso não era a toa.Éramos treinados todos os dias,das maneiras mais rigorosas e brutas possíveis.Era para o “nosso bem”.Eramos 5.Eu,Foley,JunkHead,Ruby e Striker.Eramos uma grande equipe.Já nos conhecíamos antes disso tudo.Era estranho ter que atirar em Ruby ou Foley nos treinamentos.Ou apanhar deles nas seções de treinamento psicológico.O pior é saber que no fundo,isso valeu a pena.Obviamente,não para nós.Depois de alguns anos com o Projeto-Que eles,aqueles 13 macacos inúteis apelidaram de MKUltra 005-eles perceberam que nós éramos um empreendimento a “curto prazo”.Ou seja,uma hora,todos nós iríamos bater as botas.É claro que eles deram a Mordred aquilo que ele realmente queria:carta branca em Genética.Ele não era idiota,pra que iria precisar de super-soldados,quando podia ter os poderes de um deus?Ele apenas cumpria ordens,mas agora,podia fazer o que
quisesse.
E então,Mordred vem com a divina solução-literalmente-:O Processo IMTRA01.”Era simples”,como tudo para ele parecia ser.Eles escaneavam nossos corpos e o analisavam passo a passo.Palmo-a-palmo,até descobrir a fraqueza de cada um.Ai estavam prontos para trabalhar nela.O processo era lento e a dor era incomensurável.O scanner era forte e potente o suficiente para rasgar o tecido epitelial de um ser humano.Eles aplicavam a IMTRA e começavam os “ajustes” mais “físicos”.Ruby tinha ligaduras ósseas mais firmes;Foley era mais resistente e seus músculos eram moldados em Oridecon,na época o minério mais resistente.Eu?Eu era o mais fraco.Só era rápido.Eles colocaram em mim dois exoesqueletos internos-embora isso pareça paradoxal,você já vai entender.Um recobria meus ossos,o outro,meus músculos.Era completamente articulados,e não atrapalhavam em nada meus movimentos.Ambos absorviam os danos causados pelos impactos externos,mas não completamente.
Após terminar este “delicioso” processo,eles faziam os toques finais:Pense na sua pele como uma roupinha.Então,tiramos a roupinha e colocamos outra,que dura muito mais.Obviamente,a dor era enorme e nos “morríamos” umas 3 ou 4 vezes durante o processo.A explicação das múltiplas mortes era a IMTRA.Ela prolongava o ciclo de vida de um ser humano,acelerando metabolismo e tudo o mais,já expliquei isso.
Fugir do campo de treinamento foi fácil.Mordred não queria ajudar nenhum dos 13,ele apenas queria concluir sua pesquisa.O pomposo é realmente inteligente.Durante os anos em que desenvolveu a IMTRA,Mordred pesquisou sobre o “Toque de Odin”.Entenda:Segundo a teoria de SixShot,todo ser humano que habita Midgard,ao ser originalmente “criado” pelos deuses,recebeu uma pequena parte deles.Exatamente,uma herança genética.Esse pequeno gene,obviamente atenuado,pode dar ao homem os poderes de um deus.Sim,existe um deus dentro de cada um de nós.Ele apenas se encontra trancado no mais ínfimo de nosso ser.Acredite:Por mais que eu soe como um Menestrel ao dizer isto,é simplesmente a mais pura verdade.
Ele não apenas usou a mim e aos outros como cobaia para a IMTRA,como para o seu projeto,denominado MSUltra01.Ou “Operação Toque de Loki”,como os mercenários que ele contrata chamam.
O problema é:Mordred,como pode se perceber,não é um cara lá muito indicado e com boas intenções para que se torne um deus.Na verdade,o problema está no gene que Mordred tem.Podemos dizer que ele é a encarnação de Loki neste novo mundo.
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-Estão a postos?
-Estamos sobrevoando Rachel com essa porra que o Cyber fez.
A transmissão está caótica e é perceptível que o veículo que Striker se deu ao trabalho de fazer não era lá grande coisa.Talvez Foley estivesse certo.
-É ÁGUIA-PLANANDO!ÁGUIA-PLANANDO!
-TANTO FAZ,NOS VAMOS MORRER VOANDO NESTE TROÇO!Dante,estamos chegando em Izlude em poucos minutos,encontre-nos lá!
Estava chegando em Izlude.
-Aguenta firme garota....aguenta firme...
Eu sabia que ela iria morrer...eu nem sequer sabia seu nome,sua idade ou o porque de ela levar porrada dos Anarquistas.E eu a salvará.Onde eu estava com a cabeça?Eu não a conheço.Talvez mereça isso,ou talvez,seja só mais uma prisioneira deles.Não sei se a segunda opção é melhor que a primeira,porque se ela for a verdadeira,não quero nem pensar nas coisas pelas quais esta garota passou...
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Aquele babaca ia me ferrar.Ele era meu amigo,mas ia me ferrar.Pra que porra ele queria uma equipe em Izlude?Se o Kezz soubesse eu estaria realmente fodido.O que deu nele em pra pedir uma equipe de resgate com tanta pressa?Espero que seja algo sério...
*Acende um Cigarro*
-Pensei que não fumasse "Sargento"...
-Cala a boca cyber...
Ele insistia em me chamar pela patente.Seu nome de verdade era Striker Eilbritch,mas se apresentava pelo codinome:Cyber-Commando.Era um dos integrantes da Bravo que não me ferrava tanto como o Dante mas mesmo assim era um tremendo de um...
-Ele está vindo pela Expressa!.
Era Earhart,Amélia Earhart quem gritava.Ela era nova na equipe e era sempre na dela.Não sei porque,mas isso me atraia um pouco.
-Deixe-me ver.
Peguei o binóculos velho e quebrado da mão dela,que por sinal era extremamente macia e suava para alguém que carregava uma Gattling como arma.
Ela me passou o visor um pouco acanhada e se afastou.Vi Dante se aproximar pela Via com alguma coisa em sua frente.Tinha cabelos castanho-claros e estava coberta pelo sobretudo dele.Ele nunca tirava aquela porra...
-Ele está perto...Striker
-É Cyber...
-Tanto faz,apenas passe esse troço voador pro piloto-se é que ele tem –e vá se livrar da guarda.
-Err...Foley?
-Fala...
-Acho que vamos ter que pegar o Aeroplano pra sair daqui....
Ele fala isso com um tom de preocupação,mas tenta mascarar isso sorrindo nervosamente.Típico dele.
-A cacete....VAI LOGO!
-SIM SARGENTO!-Ele disse isso alto e com um tom de disposição debochada.
-Earhart,quer ir ajudá-lo?
Ela demorou um pouco para responder e fez que sim com a cabeça,logo em seguida saiu correndo desengonçada com a Gattling pendurada no ombro,parando ao lado de Foley na plataforma de desembarque.Mantive minha posição e esperei.Essa coisa parou logo acima do aeroplano,e então eles pularam.Ouvi os tiros sendo disparados contra os Templários Negros e os outros Guardas do aeroplano.E fez-se silêncio.
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Eu tinha que chegar logo.Ela estava ficando cada vez mais branca.Mantive a Wolf a 180 por hora e observei a garota.Ela era linda.Seus traços e feições eram finos e altamente expressivos.Uma pena que com ela a beira da morte não demonstrassem nada.
-Foley,estou na visual.
-Afirmativo,camarada.Estou conseguindo te ver daqui.
-O transporte está pronto?
-Cyber e Earhart estão limpando a guarda e preparando o aeroplano.
-Afirmativo.Estou mantendo a 180,chego ai em 1 minuto e 35 segundos.
-Cuidado no fim da ponte.Tem alguns veículos destruídos e corpos de civis.Fique atento.
-Entendido.
Foley era um bom amigo.Reclamava muito,mas era um bom amigo...
-Er...Foley,o Kezz sabe desta operação?
-O que você acha?
Tentei seguir até lá na mesma velocidade e tentando ignorar a ideia de o que Kezziel faria conosco quando descobrisse.Olhei novamente para a garota e me perguntei o porque de tudo aquilo.O porque de 3 grandes potências entrarem em guerra por causa de algo que nenhuma das três tinha condição de controlar.O porque de todos pagarem pela ambição de apenas alguns.Passei pela parte final da ponte e vi os corpos.Em sua maioria civis.Crianças,homens e mulheres mortos sobre uma ponte transparente.Me perguntei o porque de todos pagarem pelas escolhas de uma pequena parcela.Era injusto,mas já devíamos estar acostumados...
AGUARDEM OS PRÓXIMOS CAPÍTULOS.
Última edição por Soul's Hunter em Sáb Ago 30, 2014 9:16 pm, editado 19 vez(es) | |
| | | | Soul's Hunter
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| | Assunto: Re: [FIC]A Última Jornada...-(Atualizada!) Ter Jul 16, 2013 7:10 pm | |
| [Capítulo V]- Spoiler:
Eu parei a Wolf antes do fim da Via.Se continuasse acabaria empacando sobre os corpos.Peguei a garota delicadamente em meus braços e avancei,tentando não pisar no mar de corpos que inundava o final da ponte e a cidade em si.Ele estava em pé encostado em uma meia parede destruída do local.Ele se assustou ao ver a garota em meu colo e ver minha roupa empapada de sangue:Tanto dela quanto dos Anarquistas.
-Quem é e...
Eu o interrompi rapidamente.
-Leve-a para o aeroplano,Foley.Vou trazer a Wolf até aqui e partimos.
Ele assentiu com a cabeça e pegou a garota do meu colo delicadamente.Ela tossiu um pouco de sangue o que o deixou um pouco pasmo.
-Vai logo!
Ele começou trotar em direção do aeroplano.Cyber já devia estar na cabine de comando,talvez tenha desmaiado o velho cabeça de alce que ainda trabalha lá.Vejo a novata na ponte de desembarque do “Zeppelin”.Ela é realmente nova.A gatling em suas costas é maior que ela.Como ela agüenta aquela coisa?
Andei na direção da Via novamente e peguei Wolf no ombro direito.Ela pesava muito,mas dava pra aguentar.Então é assim que um “imortal” envelhece é?Talvez eu deva agradeça ao Mordred pelo “prazo de validade” extenso antes de perfurar a cabeça dele com uma bala.
-Não dá pra acreditar...merda!
Foi tudo o que consegui falar.
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A garota tinha cabelos castanho-claros.Era linda.Suas feições eram finas e expressivas.Tinha um corpo esculpido e seios medianos para uma mulher que aparenta ter 23 anos.Ela para de respirar.Merda!Acelero a corrida para o aeroplano onde Striker e Earhart me esperavam.Assim como eu,eles se assustaram.
-Quem é e...
Eles perguntaram o mesmo que eu em uníssono. Eu os interrompi assim como Dante.
-Coloquem-na na nave e apliquem primeiros socorros.Cyber,avalie o estado da garota com toda a delicadeza possível.Não sei se ela tem chances de sobreviver.
-Meu deus...que merda Foley ELA PAROU DE RESPIRAR!
-ENTÃO CORRE!
Ele assentiu sério com a cabeça e a pegou no colo,levando-a rapidamente para a cabine do aeroplano.
-Garota,procure gazes,tesoura e se tiver sorte,algo que de adrenalina!
Ele gritou para Amélia que correu atrás dos itens.Eu voltei para ajudar Dante e o vi parado ao lado da Wolf.
-O que foi?
-Olhe.
Ele apontou para o fim da ponte, mas eu não via nada.
-Eu não vejo...
Ele me deu os Óculos Ultra-Violeta dele.Eram estilosos,mas ele não os usava apenas por isso.Ou era o que eu pensava.Eu os coloquei e vi o que ele via.
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Foley chegou e lhe dei os óculos.Não dava pra ver a olho nu,mesmo nos dois sendo excelentes atiradores,a névoa impedia a visão.Eram milhares deles.Anarquistas,infectados e monstros,como Gallions corriam na direção de Izlude em cima da Via.Eles seguiram meu rastro.Sobre um Gallion eu identifiquei Krister,o líder sem dentes dos Anarquistas.Não quero saber como ele sobreviveu a 5 tiros.Aquele filha da puta estava lá,montado num Gallion sorrindo pra mim.O sorriso dele era nojento.
-Temos que explodir a via.
-O QUE?CÊ TÁ MALUCO CARA?ESSA PORRA É FEITA DE BRADIUM E...
-VOCÊ TÁ COMIGO OU NÃO?
-Merda Dante,MERDA!Porque sempre sobra pra mim!
-Você tem explosivos?
-Algumas minas.
-Uma Gatling?
-Nã...Sim!
-Corre e pega!Vou segura-los enquanto eu conseguir!
-Ok!
Ele correu na direção do aeroplano.Confiava nele.Sabia que ele era capaz de me ajudar.Peguei o rádio.
-Cyber aqui é o Dante.
-Er...Dante estou um pouco ocupado.
-Você vai precisar da novata?
-Um pouco...porque?Fale rápido.Não é legal segurar o rádio com a orelha,preciso me concentrar!
-Precisarei dela daqui a pouco...
-Ok,mande Foley vir busca-la.
Eu tinha um plano.E sinceramente,não sei se daria certo.
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Merda,merda!A gente ia se ferrar feio por causa daquilo.Eu corri o mais rápido que pude na direção do aeroplano.Precisava da Gattling da Amélia.Ela iria entender.Entrei no aeroplano e ela estava parada com a cabeça da garota em suas mãos enquanto Cyber costurava alguns buracos.Eram facadas?Onde Dante achou essa menina?
-Amélia,onde está a sua Gatling?Cyber,as minas?
-Ali.
Ela apontou com a mão livre para um canto da cabine e Cyber com um gesto de cabeça para o outro.Reúno as minas e coloco a Gatling em minhas costas.
-Foley,leva a garota.O Dante pediu.
-Mas ela tá te ajudan...
-Pode levar.A única coisa que consigo fazer direito em grupo é merda,então,sem querer ofender garota,trabalharei melhor aqui sozinho.Além do mais,seu decote tá me atrapalhando um pouco.
Ele lança a ela um sorriso canalha brincalhão.Ela já está se acostumando com ele.
Ela pega a Gatling de mim e ambos corremos de volta pro “heroizão”.Se ele soubesse que o chamei disso,mesmo que mentalmente,acho que daria um tiro no meu pé.
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Ele volta correndo com as minas e com uma Gatling.Pego as minas das mãos dele e faço uma linha com algumas delas na primeira parte da ponte.Coloquei minas nas bordas da ponte que se prendiam ao chão de Izlude.Espero que tenham sobrado minas o suficiente.
-Foley,sei que você está com seu Rifle ai.A missão de vocês é óbvia:Formem uma linha de fogo e impeça-os de avançar.Eu tenho uma idéia.Me dá sua caixa de fósforos.
Ele a joga para mim.
-Espero que seja no mínimo funcional.
-Cale a boca e se concentra.Se eu morrer a culpa é sua.
-Como é...?
Não paro pra explicar.Com a Wolf no ombro,troto até a beirada da Via.Jogo-a pouco antes de mim e monto nela no ar.Ela agüenta o tranco bem.Assim que o amortecedor cumpre sua função,dou partida e começo o ziguezague entre as colunas de Bradium que sustentam este marco da “Evolução” tecnológica.A cada coluna,uma mina.Faço isso até chegar ao início da ponte.Faço o retorno,pelo mesmo caminho.Verifico as minas e a trilha de gasolina que se estende no chão enquanto acelero.A gasolina dura exatamente até chegar ao local onde desci da Wolf.É perto de onde Foley e a tal Amélia estão,mas a quantidade de monstros é no mínimo desgastante.De onde saiu tudo isso?Acho que se meu plano desse certo,estaria livrando os arredores de Prontera de praticamente metade dos monstros que o habitavam.Deixo a minha boa companheira cair,com o tanque voltado para a trilha de combustível.Acendo um fósforo e jogo-o no lado oposto da trilha em forma de um “U” enorme.Ela se acende e começa a fazer o mesmo percurso que realizei.
Pulo de volta para a ponte.Dou mais impulso,pois quero ver meus alvos de cima.Passo uns 3 metros da ponte,o que me permite uma visão privilegiada do campo ao redor de meu local de queda.Caio usando a técnica desenvolvida pela guilda chamada de Anjo Caído.É simples:Pule por cima do alvo e caia usando Desperado.
O estrago considerável desperta a atenção daqueles que simplesmente corriam em frente para mim.Uso a Anjo Caído mais uma vez,conseguindo chegar a “linha” de disparo que Foley e Amélia faziam.
-Continuem atirando.
A Wolf explodiu.Não pensei que ela fosse capaz de causar danos tão graves a ponte,mas ela abre um buraco exatamente embaixo da linha de tiro de Foley e Amélia.Mas ela –a ponte- ainda estava de pé.Quando todos recuperaram seus sentidos,Foley e Amélia voltam a atirar.
-FOLEY,AGORA,ATIVE AS MINAS!
-Ok.
Ele para de atirar,guarda seu velho Rifle nas costas –aquele rifle já é praticamente parte dele- e saca dois aparentes revolveres.São os irmãos Inferno.Seus lança granadas.
-MINA DO JUSTICEIRO!
Ele grita enquanto aperta o gatilho,que não dispara nada,apenas produz um ruído seco.
Uma a uma,as minas que eu havia plantado começaram a estourar,levando a ponte abaixo.Ela soterrou minha velha amiga.Foi uma grande despedida e esta é uma bela sepultura.
-Puta...que...pariu...
Foi o que eu e Foley dizemos,ele em voz alta,enquanto as minas explodiam de maneira ordenada e a fumaça da ponte criava um efeito lindo de desfoque no fogo.
Foi como ver o fim de ano na antiga Prontera.
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A ponte explodiu.Ela simplesmente explodiu.Pude sentir o rifle tremer nas minhas costas.As vezes eu esquecia que ele estava ali.
-CYBER!SOBREVOE O PORTO AGORA!
-ENTENDIDO SARGENTO!
Sua voz era séria.Ele teria que largar a garota para fazer isso,então a velocidade com que ele pairou sobre nós foi praticamente a definição física de “Presente”:Um instante no tempo que termina em si mesmo.
Ele baixou a escada e sumiu.Ele voltou para a garota.Fui o primeiro a subir pelas escadas.Subi o mais rápido que pude.Dante já havia pulado para dentro do veículo e se encontrava na cabine de comando mudando para o piloto automático.
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Pulei para o aeroplano e corri até a cabine.Passei por Cyber e a garota.Coloco o aeroplano no piloto automático e volto para o saguão.Foley,Cyber e a novata -era Célia?Não sabia seu nome- estavam em volta da ferida.
-Qual seu nome?
Cyber estava fazendo curativos e ela cuspia sangue.Pergunto isso com ternura,substituindo o posto da novata passando assim a segurar sua cabeça em meus braços.
-Ju-Jullia Endrick....
-Jullia né?Olha Jullia,se acalma ok!?Vai dar tudo certo.Eu vou fazer um pequeno corte no seu abdômen.Uma das adagas quebrou dentro de você.Mas você é dura na queda né?Qualquer outra em seu lugar já teria batido as botas.
Cyber fala tentando animá-la.Ele soa bastante.A novata seca o suor de sua testa,para impedir que acabe respingando nos ferimentos.Ele olha pra mim,fixadamente em meus olhos e balança a cabeça negativamente.
-O que ouve com ela?
Sabia que Foley iria perguntar.
-Eu a encontrei assim.Os Anarquistas estavam batendo nela.Não conseguiria prosseguir viagem com esta cena em minha cabeça.
-Fez certo...
A voz da novata era bonita.Muito doce e meiga.
-A merda,merda,merda...vamos lá,fica acordada anjinho...fica acordada...merda...ALGUÉM PODE ME AJUDAR?ELA VAI MORRER!
A garota estava ficando mais fraca.Eu segurava sua cabeça em minhas mão.Eu não sabia o que fazer.O vento vindo do hall do aeroplano batia em minhas costas e eu via com o canto do olho as nuvens cinzentas passarem por nós lá fora...
-RESPIRA!
Eu...o que eu faço...?Eu apenas continuo encarando-a.
Cyber fazia-lhe uma massagem cardiovascular.Ela não se mexia mais.
-RESPIRA GAROTA!RESPIRA!!!
Eu a beijei.Não sei porque.O impulso foi incontrolável.Ela me lembrava tanto meu anjo...Anna...
Eu a beijei tenramente.Faz tanto tempo que não toco os lábios de outra mulher...e os dela são tão macios quanto os de meu anjo.Eu a amo.Eu nunca a conheci,mas eu a amo.E eu não quero que ela morra.Não a amo somente por lembrar-me dela...eu a amo porque ela me proporcionou algo que a muito eu não sabia o que era.Eu havia esquecido o que era amar.
De maneira surreal,ela despertou em mim algo que jamais achei que acordaria novamente.Foi um beijo comum.Meus olhos se fecharam,meus lábios se prepararam para receber o toque de outra boca,e então,ocorre o clímax.A escuridão propiciada por minhas pálpebras me permitem ver coisas que não vejo com os olhos abertos.Vejo e revejo todos aqueles que me amam.Todos aqueles que já amei.Foi como morrer.Como se eu tivesse morrido junto com ela.Eu revi cada erro meu.Cada tropeço durante minha longa caminhada na estrada da vida.
Mas essa caminhada não podia terminara agora.Eu tenho que terminar minha última jornada...
A mágica termina.Afasto minha cabeça devagar.Na verdade,não há mágica.Não sou sacerdote,e meu beijo não cura pobres damas feridas.Ao abrir os olhos,encaro o corpo pálido de uma mulher morta.O sangue em suas roupas já está seco.A quanto tempo estou aqui?Parado,olhando ela?
Por um momento pude vê-la olhar para mim e sorrir.
Ela sorriu para mim e disse:
-Obrigada...
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Cobrimos o corpo dela com alguns lençóis que achamos no aeroplano.O resto da viagem até Juno foi o período de tempo mais isolado e tenso que eu já pude suportar.Não pela solidão,não pelo silêncio,mas pela ausência.Saudade.E acima de tudo,a força mais destruidora do universo-acentuada pelo silêncio da morte-me ataca com todas as suas armas:O arrependimento.
Todos foram em silêncio.
[Capítulo VI]- Spoiler:
Ver aquela garota morrer me fez perder as esperanças que eu já não tinha.Jogamos o corpo dela no mar aberto enquanto passávamos com o aeroplano.Foi estranho pegar o corpo dela novamente.Estava frio.Morto.
Pleonasmo da minha parte.
Seguimos a viagem sem falar nada até Hugel.Foley quebrou o silêncio.
-Onde...onde você achou essa garota?
-Eu estava passando pela Expressa,ainda perto de Prontera...Vi ela apanhar dos Anarquistas e decidi ajuda-la...eu já te falei isso.
-Bancando o herói?
Ignoro a pergunta.
A fumaça poluída lá fora deixava todos ofegantes.Respirar era difícil.
Eu senti uma dor estranha a ver uma garota qualquer-uma desconhecida-morrer na minha frente...Não sei se ela era inocente,ou se era boa pessoa mas...me doeu vê-la morrer.É como se ela fosse o último lírio a ser ceifado em um campo que já havia sido destruído.
-Cyber....Estamos longe?
A novata fez uma pergunta que todos queriam saber.
-Estamos...estamos sobrevoando Hugel nesse exato momento...
Eu olhei lá pra fora e vi a bela Hugel...Bom,um dia ela foi a Bela Hugel.Suas árvores estavam mortas e seu solo-como a maioria-estava rachado e seco.Na verdade,não estava tão rachado assim.Apenas estava morto.Cinza.Infértil.
As poucas casas estavam ao chão e a igreja estava destruída.Tudo aquilo que o mundo um dia já fora,não é mais.Depois da abertura do Portal,o nosso mundo foi destruído.Loki ordenou que seus Doppels tomassem conta desse plano,coisa que eles fizeram com sucesso.Os 3 Reinos se uniram e conseguiram dar conta de parte do problema fechando oficialmente o Portal.Mas depois veio a onda de acusações.
De quem era toda a culpa daquilo estar acontecendo?
Então veio a guerra.
Os 3 Reinos entraram em guerra.Ninguém queria assumir a culpa por tamanha destruição.Ao final da guerra,ninguém venceu.Quase 30% da população total foi devastada e o resto da população que sobrou foi se esconder debaixo de seus respectivos governos.
Schartzwald colocou a culpa na guilda dos Justiceiros-não me pergunte o porque- e nas brincadeiras experimentais de SixShot.Toda a nossa organização foi depravada e desfeita,e passamos a atuar na clandestinidade.
Na verdade,foi o governo de Schartzwald quem começou a fabricar bombas bio-químicas em massa.A primeira foi testada em Rachel durante a guerra e seus efeitos perduram até hoje.A bomba foi projetada por bioquímicos infiltrados que trabalhavam para Rune-Midgard.O plano deles era afetar Arunafeltz e Schartzwald de uma vez só.Aquela velha história de matar dois coelhos com uma só cajadada,ou algo do gênero.Mas a ideia-estúpida por sinal-falhou.A bomba devastou Arunafeltz.
Quimicamente falando,os bioquímicos,burros pra cacete,calcularam a quantidade de Ourobolos-desenvolvido por um setor de pesquisas em química bélica da Rekenber-errada.A quantidade colocada foi suficiente para que o maldito produto-em forma gasosa-se espalhasse em toda atmosfera.São poucas as áreas livres dessa "infecção".Aqueles que não pereceram a doença-adaptada pelos bioquímicos para não causar a transformação,afinal,ter que lidar com zumbis também seria foda-ficaram infectados,ganharam sequelas ou simplesmente transformaram-se nos novos "Anarquistas".
Após esse episódio ridículo,a Igreja de Prontera assumiu o controle de Rune-Midgard e culpou Schartzwald pelo atentado.Foi a oportunidade perfeita para que a Rekenber tomasse controle de Schartzwald.
Nenhum dos dois Impérios tinha condições de guerrear novamente,e restou a Schartzwald acatar as acusações e meter o rabinho entre as pernas.E isso foi bom para eles.A Rekenber fortificou a cidade até o ultimo grão territorial.É,parece que as armas de fogo se tornaram comuns por lá.
Enfim,onde isso tudo me afeta?Bom,tirando a parte de todos os meus amigos estarem mortos,todos os cobaias do MKUltra serem fuzilados como porcos ao abate e que estão caçando a Colt,bom nada.Isso não me afeta em nada...
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Chegamos a Einbroch mais rápido do que pensei.Cyber pousou o aeroplano longe do QG,como de costume.Eu e Amélia descemos por último.Cyber e Dante na frente.
-Amélia...você esta bem?
Foley havia me lembrado seu nome dá ultima vez que a chamei de Célia ou coisa parecida.
-Sim...estou sim...e me chame de Amy ok?
-Ok.
Deve ser difícil pra ela ver aquela garota morrer.Ela estava na equipe a uma semana e simplesmente levou 2 tiros,viu 3 companheiros explodirem por causa de minas terrestres e viu uma garota inocente morrer na sua frente.
Se bem que a morte para ela deve ter sido um alívio.Ela devia ser prisioneira deles a um bom tempo...
Ademais,ainda tinha que me preocupar com Dante.Estava começando a me preocupar.Ele estava começando a pirar,e isso não era boa coisa.Ele não queria falar com ninguém...
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Eu sai na frente.Tinha que me apresentar a Kezziel logo e assumir a operação.Eu tinha que achar SixShot e saber quem controlava aquela merda toda.Eu tinha o bastão mas não enxergava a pinhata.Eu entrei no Bunker que era o QG.Era grande e tinha alguns andares para baixo.Vi alguns Justiceiros novatos andando pelos corredores.Um casal se abraçava forte num sofá velho que ficava na área de estar.Outros mais antigos andavam pra lá e pra cá sérios.Nós eramos Andarilhos.Eramos aquilo que sobrou dos que um dia decidiram seguir o caminho da justiça.Eu peguei o elevador de carga para o andar onde se localizava a sala de Kezziel.Eu chego lá e ando a passos apressados pelo longo corredor.As salas que ficavam nesse corredor abrigavam em sua maioria arquivos.Obituários de agentes mortos em combate,despesas,armamentos....tudo ficava ali engavetado.Não sei o porque de manter toda essa tralha ali,mas acho que fazia Kezz se sentir confortável com o ambiente.Ele trabalhara para Mordred.Isso não significa que aprovava o que o patrão fazia.Foi ele quem salvou a mim,Foley,Ruby e Cyber.Ele era um bom líder,mas estava assim como a maioria de nós da velha guarda,começando a pirar.Ele queria reverter aquela situação.Era inconcebível para ele ver o mundo da maneira em que estava.
Ele não saia daquela sala a anos...
Eu cheguei até a última porta do corredor.Era branco-gelo -suja- como todas as paredes do QG.Tinha algumas marcas de bala na porta.Eu entrei e ele estava sentado olhando por um vitral enorme que ficava atrás de sua mesa.Ele dava para uma das salas do corredor.Essa sala provavelmente deveria ser enorme a ponto de dar a volta em todas as outras.Eu sabia que sala era aquela mas nunca entrei nela.Pelo vitral,eu via apenas 4 pontinhos cintilantes flutuando-Um roxo,um amarelo,um verde e outro azul.O resto era completamente negro.Ele virou a cadeira e me encarou por uns segundos.Depois abriu um longo sorriso.Ele usava óculos como os meus e fumava um cigarro que já estava no fim.
-Sabe garoto eu aprecio muito o que você fez tentando salvar a tal garota.Uma missão de resgate heroica e tudo o mais.Sim,eu soube.Na verdade,difícil não saber,afinal,VOCÊ EXPLODIU A PORRA DE UMA PONTE.
Ele pegou o cigarro e o pós sobre o cinzeiro em cima de sua mesa.Ele esta irritado.Não consegue mais controlar a própria loucura.Seus olhos parecem feitos de vidro.Ele se senta novamente.Ao gritar e levantar a voz,ele havia debruçado sobre a mesa,impondo-se na minha direção.Ele se acalma,passa a mão na testa,como se ajeitasse suas sonbrancelhas.
-Mas mesmo assim...você no mínimo...sabe,sei lá,PODERIA TER ME AVISADO ANTES!
Dessa vez ele só aumenta a voz de maneira irônica.Ele fez um sinal como que eu me sentasse.Eu permaneci calado.
-Sua atitude pós em risco toda a sua equipe você sabe disso não sabe?Se continuar assim eu vou ter que...
Eu o interrompi.
-Eu fiz o que achei corre...
-Eu vou ter que lhe retirá-lo do comando de sua equipe Sieghart.
Eu gritei.
-A EQUIPE É MINHA!ELES FORAM PORQUE RESPEITAM O SEU LÍDER E....
Ele quem em interrompeu dessa vez.
-E PORQUE VOCÊ NÃO FAZ O MESMO QUE ELES E ME RESPEITA?
Eu ouvi um pequeno "bufar" e somente agora notei que os outros dois Sub-líderes da Colt estavam presentes ali.Crow Rommen e JunkHead.Crow estava parado olhando para as esferas cintilantes enquanto Junk estava no canto da sala próximo a uma estante,lendo um livro velho e grande.
-Olha aqui garoto,vamos pegar leve por enquanto ok?Tanto eu como você temos responsabilidades nas costas e eu entendo que as
vezes a vontade de falar o que se pensa é grande,mas devemos ser racionais e...
Eu virei e andei em direção a porta.
-DANTE!Sentido.
Entrei em sentido e bati continência.
-Eu não terminei de falar ainda...
-Permissão para se retirar,senhor.
Ele hesitou um momento e bufou como Junk.
-Permissão concedida.
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-O garoto esta perdendo a cabeça também?
Crow alfinetou Kez como de costume.Eu fechei me livro e me levantei.Estava apenas esperando a ordem.
-Junk...
Kez abriu uma de suas gavetas e retirou algo de lá.Virou-se logo após para o vitral enorme que substituía a parede atrás de sua mesa.
-Vá atrás do garoto.Ele vai fazer merda.
-Sim,senhor.
Eu me retirei e fui falar com o garoto.Porque a parte mais difícil sempre sobrava pra mim?
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[Capítulo VII]- Spoiler:
Eu estava lá a 30 minutos esperando Dante sair da sala de Kezziel.
Amélia dormia encostada em meu ombro e Striker limpava seu lança-granadas.
Vejo Dante sair mas parecia tão putp que preferi me manter aonde estava.
Três minutos se passaram e JunkHead -O Líder da Equipe Delta- saiu do mesmo lugar de onde Dante havia saído.Ele usava um chapéu de cowboy marrom escuro,da mesma cor que seu sobretudo.Vestia calças largas que entravam dentro da botina preta.Usava uma camisa social larga e com alguns botões soltos;ela era manchada e tinha uma aparência surrada.Mas o detalhe que mais chamava atenção nele era de fato o seu rosto.Era coberto por um cavanhaque até a ponta do queixo e estava sempre com um cigarro a boca.Tinha um cicatriz funda acima do olho esquerdo,que descia de cima de sua sobrancelha e cortava seu rosto até se perder em seu cavanhaque,na ponta de seu queixo.Era bem humorado,e devia ter lá seus 50 anos.Era como um pai para o Clã.
Ele estava chegando até mim,então,fiz menção de me levantar mas ele fez um sinal com a mão.
-Poupe-me de suas bajulações garoto.
Eu ri,ele fez o mesmo com o canto da boca.
-E o rapaz?
-Dante?Ele passou pra lá.Anda meio agitado e deve ter ido pra sala da Bravo.
-Ele é um bom garoto,mas é meio cabeça dura.Você deve saber bem como é;
Ele deu uma baforada do cigarro.Para a casa dos 50,era forte como um touro e sábio como Dante deveria ser.Ele agradeceu e fez como que se fosse sair.Ele parou na porta do elevador de carga.
-A garoto.
-Sim?
-Bela garota.
Eu não sabia o que dizer.Ele riu e entrou no elevador.
-Bela garota é?
-Não enche Striker.
-Haha!Bela garota...
Eu ri e olhei para ela.Amélia era realmente uma bela garota.Tinha o cabelo curto,cortado no estilo que as mulheres chamam de "Tornado".Tinha olhos grandes e expressivos de cor verde.Seus lábios eram pequenos.Seu corpo era bem definido e seus seios eram grandes,mas não chegavam a chamar tanta atenção.Tinha uma tatuagem em volta do umbigo.Era um sol.Tinha um em sua nuca também e era uma rosa roxa.Contemplo-a durante um bom tempo até que percebo a cara de Striker colada na minha.Eu tomei um puta susto.
-Bela garota...
Ele ironizou com um sorriso maroto,mostrando seu dente de ferro e voltou a mexer em seu lança-granadas.
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Eu subi até a sala de minha equipe.Diferentemente de todo o edifício,era completamente amarronzada.Eu pintara tudo.
Tinha uma mesa grande e oval no centro,era de madeira,e por isso contrastava com a parede de mesma cor.Tinha a aparência do bar de Morroc por dentro.
Em torno dela haviam algumas cadeiras,todas também de madeira.Havia alguns mapas e listas sobre a mesa,exatamente como deixei.Retirei meu sobretudo e o pus sobre a cabideira ao lado da porta corta-fogo.Minha camisa social estava surrada,mas ainda assim era estilosa.Pelo menos eu achava.Anna também...
Afasto as memórias ruins e coloco as Wild Girl's num canto da mesa para começar a analisar os mapas como sempre faço.Eu precisava encontrar um jeito de entrar na Rekenber.E precisava fazer isso rápido.Kezziel estava ciente disso,mas não aprovava.Ele tentava me convencer a não fazer isso sempre.Eu tinha um jeito.Era complicado,mas daria certo.
-Parece que alguém chegou atrasado...
Rick sai do banheiro.É,minha sala tem um banheiro.Escolhi bem na época.
Ele usa as mesmas roupas de sempre.Uma calça de couro marrom folgada e um robe branco de capuz com detalhes dourados,preso na cintura por um cinto azul e um par de botas também brancas moldam sua aparência.Seus cabelos cinzas contrastam muito bem com a cor da roupa.
-Rick.O que está fazendo aqui?Não estava em missão?
-Bom,eu estava fazendo o que você sempre faz:Analisando mapas.E sim,estava em missão.Conseguimos escoltar o representante da Ordem dos Insurgentes como você pediu.Ele é bem...esquisito,mas nos o trouxemos.Kezziel não quer falar com ele.Sua loucura o consome a cada minuto.Enfim,um dos nossos está recepcionando ele.Fique tranquilo.
Pra um garoto de 17 anos ele era MUITO maduro.Se bem que,no mundo em que vivíamos,isso era mais do que essencial.
Chamavam-no de Bullseye.Seus treinadores no QG diziam que ela tinha uma mira perfeita e que era ótimo em combate corpo-a-corpo,que ele estava muito acima dos outros alunos e outros elogios mais.
Ele era só um garoto,e eu evitava por suas habilidades a prova.
-Você não tinha que estar nas aulas de tiro garoto?
-Vamos lá Sieg!?Eu posso acertar as asas de uma mosca a quilômetros de distância.Eu quero te ajudar e...
-Nada disso,vai pra aula.
Ele não moveu um músculo.Era cabeça dura,mas extremamente gentil com quem conhecia.Sabia que ela não sairia dali....
Ele me lembrava muito Anna...
Ela morreu durante invasão dos Doppel's...eu não fui capaz de salva-la.Eu uso seus óculos até hoje...Ela foi a coisa mais linda que já existiu neste mundo...
Me culpo por sua morte cada dia de minha vida infinita...
Acordo de meu devaneio súbito.
-Ok.Sente ali e analise os mapas do primeiro andar.Preveja o número de guardas e me diga como passar por isso.
-Pode deixar!
Ele voltou-se a analisar o mapa.Tinha um canivete na mão e ficava fincando-o na mesa.Era um som até que agradável.
Eu ouço a porta abrir e não me mexo.Sabia que ele viria atrás de mim,como de costume.
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Eu abri a porta corta fogo branca e entrei na sala da Bravo.Ele estava lá como de praxe,e Bullseye também.Acho que ele o treinou para ser um adulto,para ser um companheiro acima de tudo e para superar a morte de sua mãe.
-Rick.
Eu o cumprimento com um aceno de cabeça,que ele retribui.Eu sabia que conversar com ele ali não atrapalharia muito.Ele ficaria muda analisando o mapa,mas faria o mesmo com cada palavra que eu falasse.
-O que você quer Junk?
-Ele me mandou vir aqui.
-Procedimento padrão...acho que podemos poupar essa conversa,será como as de sempre.
-Dessa vez não vim aqui discutir com você sobre os riscos que essa operação apresentam,embora os mesmos já sejam mais do que conhecidos por você e sua equipe.Eu vim aqui dizer que quero me juntar a você.Essa é a única condição de que vocês saiam daqui.Sem mim,as portas estão fechadas para você e sua equipe.Eu vou com você.
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Ele estava falando merda.Muita merda.Ele queria ir comigo?Que porra é essa!?Ele sempre me repreendeu quanto a isso,e agora vem dar uma de amigo?
-Tá,já pode parar por aqui.Que palhaçada é essa?É mais um joguinho do Kez?Porque se for pode....
-Não,não é joguinho do Kezziel.Ele sabe que vou com você,e aceitou essa minha "condição".Sou a garantia de que sua equipe vai.Ele permite a partida de vocês comigo junto.Caso contrário,sinto muito garoto.
Ele riu e deu uma baforada longa.O cheiro de seu cigarro era até que agradável.Ele colocava alguma coisa a mais nele para mascarar o odor da nicotina.
Aquilo só podia ser brincadeira...
-E ai.O que me diz garoto?
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Eu tinha que ir falar com ele.Eu levantei e deixei Amélia deitada no sofá,a única coisa preta que havia em todo o edifício.Bom,pelo menos fora das salas.
Ela se remexeu um pouco.Eu olhei para Cyber e ele acenou com a cabeça.Sabia que cuidaria dela.Eu ando até o elevador enquanto ele a cobria com o próprio sobretudo dela.
Chego até o andar da sala da Bravo e ento lá.Para minha surpresa,Junk e Dante analisavam o mapa juntos.Rick estava numa cadeira a frente deles analisando outro mapa a parte,quieto como sempre enquanto trabalhava junto com seu pai.Me sinto mal por Dante não lembrar de nada do que aconteceu...Ele criava um filho seu e não sabia de nada.Sua mente simplesmente bloqueou completamente algumas lembranças do incidente.Não o fez por mal.As vezes,tinha recaídas e era comum ouvi-lo gritando e hurrando de madrugada,nessa mesma sala.Não é a toa que marcas de bala existem até em seu teto.
-Junk,Dante,Rick.
Ele acenou para mim e Dante e Junk olharam para trás.
-Foley...Venha até aqui.
Eu andei até perto da mesa e fiquei entre ele e Junk.O velho apertou minha mão forte e começou a falar sobre o mapa.
-Existe a possibilidade de invadirmos a torre sul com 2 membros,o resto entra limpando o andar inferior.Se as equipes conseguirem se encontrar no segundo andar do edifício da empresa,queimaremos aquela torre como uma folha de papel.
-O único problema e a quantidade de guardas.Precisaremos de todos vivos no segundo andar para dar certo
Acrescentou Dante.
-Mas e a entrada?O térreo?
-Rick vai trabalhar nisso.
-O Representante deles já está a caminho.
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Não demorou muito até a porta se abrir,e um jovem que devia ter a idade de Rick abrisse a porta.
-C-com licença senhores.
Ele fica em posição de sentido e bate continência.
-A vontade garoto.O que deseja.
A voz rouca de Junk responde,em meio a uma baforada.
-O representante da Ordem dos Insurgentes está aqui.
[Capítulo VIII]- Spoiler:
Um homem com uma bata azul escuro,com um pequeno sobrepeliz marrom com bordado dourado entra na sala.Sua face é escondida por uma máscara esquisita.Ela é cinzenta,fosca.O material é similar ao dos capacetes de soldado por dentro.Ela tem apenas furos para os olhos,e seu nariz é longo.Ah!é uma máscara de médico medieval,ou algo parecido.
-Meus complacentes agradecimentos,Dante Sieghart.
Ele faz como uma reverência;mão esquerda as costas,a direita estendida em gesto de boas vindas.
Aperto suas mãos.Ele usa luvas de alquimista cuja cor é a mesma da de sua bata.O tecido é macio.
-Você é...?
A voz rouca de Junk irrompe do silêncio absoluto.O cadete que trouxe o homem de máscara já partiu.Eu,Foley,Rick e Junk olhamos em silêncio para o homem.Ele tem algo estranho consigo...o ar que o envolve evidencia isso.É um sentimento quase paranoico...
-Sou um mero mensageiro,e venho,por meio desta,entregar minha mensagem.
Foley saca sua pistola e aponta na direção do Mensageiro.
-Não mova mais um músculo ou eu juro que a última coisa que você vai ver é uma bala a segundos de perfurar seus olhos.
A tensão é grande.Porque tudo isso?Ele era apenas um mensageiro.Um amigo.Veio representando os Insurgentes.Não é?
Assim que ele adentrou na sala,o sentimento de desespero se imantou em todos nós.Ele era uma ameaça e nós sabíamos disso.
-Acalme-se meu jovem,não queremos cometer erros aqui,não é?
Sua voz era abafada e provavelmente,modificada pela máscara que utilizava.Os olhos da máscara,eram de vidro,e através deles,podia-se ver um olhar malicioso.Quase que intocável.Porque ele tinha tanta certeza de que a vitória era sua?E que batalha travamos para que alguém saísse vitorioso?Eu não entendia o que estava acontecendo,apenas sentia um medo como nunca senti,como se tudo estivesse prestes a desmoronar...como se tudo fosse ser destruído...sua presença me acuava,me açoitava.A agonia de tê-lo naquela sala comigo me deixava sem ar.Isso parece tão ridículo...mas não é.O que tem nele?Como uma simples reunião improvisada,uma simples troca de olhares, pode mudar o clima do ambiente tão rápido?
Tudo o que eu sinto,é que tudo está perdido.
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O que é que está acontecendo?Porque os alarmes estão soando?
Acordo Amélia.Não sei como ela ainda conseguia dormir com todo este barulho.Vejo as luzes vermelhas,piscarem,pintando as paredes brancas com sua cor,mas não vejo os soldados.Não vejo nenhum dos nossos correndo ou cumprindo qualquer ordem que o protocolo padrão manda.Talvez seja apenas um treinamento de emergência.
-O que foi isso?
Ela também ouviu.
Tiros ecoaram nos andares logo acima de nós.Entramos na sala que se localiza em frente ao banco em que estávamos.Era o Arsenal.Ainda bem que consegui consertar a trava da Inferno a tempo.Pego uma bandoleira de Esferas-munição de lança granadas.Coloco-as como uma mochila lateral em meu torax.Pego um rifle de precisão e passo sua bandoleira no sentido oposto ao da de Esferas,traçando um "X" em meu peito.O Rifle bate nas minhas costas.Pego também duas pistolas e as coloco nos coldres,que ficam logo a frente dos coldres do meu par de Infernos.
Amélia tem um par de pistolas e outro de revolveres ocupando os 4 coldres de seu cinto.Tem sua Gatling nas costas e assim como eu,uma bandoleira de munição.A única diferença é que as munições dela são absurdamente mais leves do que as minhas.
-Mais tiros,temos que ir AGORA!
Corremos e batemos a porta do arsenal atrás de nós.Avançamos em pique para o elevador e partimos para o andar onde Dante e os outros devem estar.
Torço para que sejam deles os dedos que puxaram o gatilho primeiro lá em cima.
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A situação estava crítica.Como isso era possível?Será que todo o resto,todos os integrantes dos Insurgentes também eram agentes da Rekenber?
A essa altura,todos nós estávamos no chão.Ele tinha poderes meio que psíquicos.Não dá pra descrever direito.Essa era a nova "invenção" genética de Mordred?
-Seu filho da mãe!
Junk grunhiu no chão,preso por uma estante que havia caído encima de si.
Rick e Foley estavam desacordados.Ambos haviam sido jogados com violência contra a parede.
Eu estava ao lado de Junk,atordoado.Os tiros lá fora cessaram.
Como tudo foi acontecer tão rápido?
-Bom meus caros amigos,esta foi a mensagem que eu vim trazer a vocês.A Corporação Rekenber agradece sua preferência.
Ele fala isso e abre os braços.
O vento sopra-me para longe.
Não vejo mais nada.
---------------------------------------//--------------------------------------
-Aguardem continuação-
Última edição por Soul's Hunter em Ter Ago 20, 2013 10:15 pm, editado 13 vez(es) | |
| | | | mjunkhead
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Idade : 30
Localização : Distrito Federal
| | Assunto: Re: [FIC]A Última Jornada...-(Atualizada!) Qua Jul 17, 2013 8:14 am | |
| porra ta ficando bom a reformulação !!! no aguardo para os próximos cap! | |
| | | | 'BauReT°
Mensagens : 10
Data de inscrição : 09/07/2013
Localização : Lua
| | Assunto: Re: [FIC]A Última Jornada...-(Atualizada!) Qua Jul 17, 2013 9:18 am | |
| Genial Soul muito bem trabalhado, continua assim!!  | |
| | | | Soul's Hunter
Mensagens : 228
Data de inscrição : 08/07/2013
Localização : Midgard;
| | Assunto: Re: [FIC]A Última Jornada...-(Atualizada!) Qua Jul 17, 2013 5:30 pm | |
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| | | | Soul's Hunter
Mensagens : 228
Data de inscrição : 08/07/2013
Localização : Midgard;
| | Assunto: Re: [FIC]A Última Jornada...-(Atualizada!) Sex Jul 19, 2013 1:41 am | |
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| | | | Foley
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Data de inscrição : 07/07/2013
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Localização : São Paulo
| | Assunto: Re: [FIC]A Última Jornada...-(Atualizada!) Sex Jul 19, 2013 1:58 am | |
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| | | | Soul's Hunter
Mensagens : 228
Data de inscrição : 08/07/2013
Localização : Midgard;
| | Assunto: Re: [FIC]A Última Jornada...-(Atualizada!) Sex Jul 19, 2013 3:14 pm | |
| Tnks Foley.Fico feliz de tê-lo como leitor ^^.
Capítlo 3 será reformulado ainda hoje. | |
| | | | Ruby
Admin
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Data de inscrição : 03/07/2013
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| | Assunto: Re: [FIC]A Última Jornada...-(Atualizada!) Ter Jul 23, 2013 10:37 am | |
| Que fera.
Ta polindo bem sua história heim sr Soul. | |
| | | | Soul's Hunter
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| | Assunto: Re: [FIC]A Última Jornada...-(Atualizada!) Ter Jul 23, 2013 10:13 pm | |
| Muito obrigado pelo comentário Ruby.Fico feliz em tê-la como leitora ^^. | |
| | | | SixShot
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| | Assunto: Re: [FIC]A Última Jornada...-(Atualizada!) Qua Jul 24, 2013 12:02 am | |
| cara esse é o tipo de história que me deixa com raiva, porque é FODA e tem capítulos um tanto quanto curtos. | |
| | | | Soul's Hunter
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| | Assunto: Re: [FIC]A Última Jornada...-(Atualizada!) Qua Jul 24, 2013 12:25 am | |
| - SixShot escreveu:
- cara esse é o tipo de história que me deixa com raiva, porque é FODA e tem capítulos um tanto quanto curtos.
xD. Fica tranquilo.Capítulo 4 saindo em no máximo 2 dias.To tendo trabalho de pesquisar umas paradas,pra dar maior credibilidade e base a fic. Fico feliz em tê-lo como leitor,Mordred SixShot... | |
| | | | mjunkhead
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| | Assunto: Re: [FIC]A Última Jornada...-(Atualizada!) Qua Jul 24, 2013 7:27 am | |
| ta ficando mt boa Soul continue! | |
| | | | Soul's Hunter
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| | Assunto: Re: [FIC]A Última Jornada...-(Atualizada!) Ter Jul 30, 2013 8:58 pm | |
| Dando um up aqui ^^ Capítulo 4 postado. Pros que acharem que esse capítulo foi monótono demais,compensa-los-ei com o próximo. Quem leu a antiga sabe do que estou falando  | |
| | | | mjunkhead
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| | Assunto: Re: [FIC]A Última Jornada...-(Atualizada!) Qua Jul 31, 2013 9:19 am | |
| Soul você tem mt talento pra escrever! espere que venha os novos livros, ja que na colt entrou em hiato. | |
| | | | Soul's Hunter
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| | Assunto: Re: [FIC]A Última Jornada...-(Atualizada!) Dom Ago 04, 2013 10:18 pm | |
| Capítulo 5 postado.
Sorry pelo atraso,este foi o maior até agora.E pelo visto,não vai dar tudo em 2 posts... | |
| | | | Soul's Hunter
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| | Assunto: Re: [FIC]A Última Jornada...-(Atualizada!) Seg Ago 05, 2013 8:27 pm | |
| | |
| | | | Soul's Hunter
Mensagens : 228
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| | Assunto: Re: [FIC]A Última Jornada...-(Atualizada!) Ter Ago 06, 2013 11:57 pm | |
| Capítulo 6 adicionado.
Ele será editado e terminado assim que houver tempo. | |
| | | | Ruby
Admin
Mensagens : 363
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Localização : Curitiiba PR
| | Assunto: Re: [FIC]A Última Jornada...-(Atualizada!) Qua Ago 07, 2013 7:49 am | |
| | |
| | | | Soul's Hunter
Mensagens : 228
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Localização : Midgard;
| | Assunto: Re: [FIC]A Última Jornada...-(Atualizada!) Sáb Ago 10, 2013 2:53 pm | |
| -Anexo De Personagens e Galeria de Imagens- Colt In Bullet - Spoiler:
Soul's Hunter ![[FIC]A Última Jornada...-(Atualizada!) Nj7h](https://2img.net/r/ihimizer/img153/2831/nj7h.png)
Descrição:?
JunkHead Descrição:?
Ordem dos Insurgentes Corporação Rekenber Igreja Sagrada de Midgard Outos(Monstros,Personagens Especiais e etc.) - Spoiler:
Ruby Hansen![[FIC]A Última Jornada...-(Atualizada!) Toj6](https://2img.net/r/ihimizer/img706/2992/toj6.png) Descrição:?Wolf![[FIC]A Última Jornada...-(Atualizada!) Kj45](https://2img.net/r/ihimizer/img707/8691/kj45.png) Descrição:?
Panteão Nórdico- Spoiler:
-EM BREVE-
Última edição por Soul's Hunter em Sex Ago 16, 2013 9:28 am, editado 6 vez(es) | |
| | | | Soul's Hunter
Mensagens : 228
Data de inscrição : 08/07/2013
Localização : Midgard;
| | Assunto: Re: [FIC]A Última Jornada...-(Atualizada!) Dom Ago 11, 2013 11:44 am | |
| Capítulo 6 completo.
Capítulo 7 em reformulação.
@EDIT
Capítulo 7 completo.
Capítulo 8 em reformulação. | |
| | | | Soul's Hunter
Mensagens : 228
Data de inscrição : 08/07/2013
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| | Assunto: Re: [FIC]A Última Jornada...-(Atualizada!) Qui Ago 15, 2013 9:41 am | |
| Capítulo 8 iniciado.
Será completado assim que possível.
Leiam essa merda porra.
Amo vocês.
| |
| | | | mjunkhead
Mensagens : 229
Data de inscrição : 07/07/2013
Idade : 30
Localização : Distrito Federal
| | Assunto: Re: [FIC]A Última Jornada...-(Atualizada!) Qui Ago 15, 2013 12:09 pm | |
| perfect a cada linha sendo rescrita mt boa soul! | |
| | | | Foley
Mensagens : 46
Data de inscrição : 07/07/2013
Idade : 26
Localização : São Paulo
| | Assunto: Re: [FIC]A Última Jornada...-(Atualizada!) Qui Ago 15, 2013 4:02 pm | |
| Tá ficando daora pra carai essa reformulação cara, tá de parabéns
Obs: Bela garota... | |
| | | | Soul's Hunter
Mensagens : 228
Data de inscrição : 08/07/2013
Localização : Midgard;
| | Assunto: Re: [FIC]A Última Jornada...-(Atualizada!) Qui Ago 15, 2013 8:10 pm | |
| - Foley escreveu:
Obs: Bela garota... XD. Bela garota... | |
| | | | Conteúdo patrocinado
| | Assunto: Re: [FIC]A Última Jornada...-(Atualizada!) | |
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| | | | | | [FIC]A Última Jornada...-(Atualizada!) | |
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